Se você faz questão de assumir todos os cuidados com o
bebê, vai precisar de auxílio para organizar o resto, como a casa, por
exemplo. Aos poucos, porém, é provável que você perceba que o apoio de
pessoas de confiança é melhor para a família. 'Isso inclui a
participação do pai, que é indispensável. No início, ele pode se sentir
um tanto isolado, cabe à mãe tentar envolvê-lo na relação', acredita a
pediatra Ana Maria Escobar, do Instituto da Criança, do Hospital das
Clínicas de São Paulo. O pai pode se revezar com a mãe na hora do banho e
de trocar fraldas, entre outras tarefas. Isso sem falar no apoio
psicológico, que faz uma diferença enorme. A pediatra lembra ainda que a
vida do casal não pode ficar em segundo plano. 'Eles precisam de um
tempo livre para sair vez ou outra, nem que seja para tomar um sorvete',
aconselha.
2. Converse com outras mães
'Trocar figurinhas' com outros pais vai fazer com que
você se sinta mais segura - principalmente ao descobrir que não é a
única mãe do mundo que pensou em colocar um espelhinho no nariz do bebê
para ver se ele estava respirando. 'Se durante a gestação a barriga era
um ponto de referência para puxar assunto com outras grávidas, agora o
olhar se vira para carrinhos e afins', diz a enfermeira-obstetriz Márcia
Regina da Silva, coordenadora do curso de gestantes do Hospital e
Maternidade São Luiz. Não perca a oportunidade de conversar com as mães
que cruzarem o seu caminho, seja na rua, seja no playground ou na sala
de espera do consultório médico.
3. Acredite no instinto materno
Conselhos de pessoas experientes ajudam, mas é
importante tomar cuidado com os palpiteiros de plantão. 'Não há dúvida
de que a mãe é a pessoa mais indicada para cuidar do bebê, afinal ela o
conhece melhor do que ninguém', afirma Márcia. Segundo a enfermeira, as
mães de primeira viagem costumam ficar divididas entre o que dizem as
amigas, a própria mãe e o pediatra. 'O ideal é seguir o bom senso',
recomenda. Na maioria das vezes, como você vai comprovar com o tempo,
coração de mãe não se engana.
4. Amamentar (se possível) é a regra número um
Os benefícios do aleitamento são indiscutíveis, tanto
para a mãe quanto para o bebê. Só para citar alguns: imuniza a criança
contra infecções, favorece o desenvolvimento dos músculos faciais do
bebê, diminui os riscos de sangramento pós-parto e câncer de mama,
fortalece o vínculo entre mãe e filho. 'Até o sexto mês de vida, o leite
materno é o único alimento de que o bebê necessita', resume o pediatra
Glaucio José Granja de Abreu. Mas é preciso ser paciente, pois a
amamentação é um aprendizado. 'Dificilmente mãe e filho se entendem de
imediato. Levam algum tempo para se adaptar. O processo, no entanto,
pode ser facilitado com alguns truques e uma dose extra de boa vontade',
afirma a enfermeira Márcia, do São Luiz, que também coordena o Grupo de
Apoio ao Aleitamento Materno (Gaam) da instituição. Se por algum
motivo, entretanto, a mãe não tiver condições de amamentar, não precisa
se sentir culpada. O bebê crescerá normalmente.
5. Não fique obcecada com o peso
É melhor se conformar: dificilmente você perderá em
duas semanas os quilos que levou nove meses para adquirir. 'As mulheres
acham que já vão sair da maternidade magrinhas. Depois do parto, no
entanto, a barriga costuma parecer a mesma do quinto mês de gestação',
avisa a enfermeira Márcia. De fato, o corpo precisa de alguns meses para
retornar à forma antiga. É claro que você pode ajudar, com atividades
físicas (assim que o obstetra liberar) e uma dieta equilibrada. Mas nada
de exageros: remédios para emagrecer são proibidos para quem está
amamentando. A propósito, o aleitamento é um ótimo exercício para perder
peso, gasta em média 800 calorias por dia (200 a mais do que uma hora
de ginástica aeróbica).
6. Durma sempre que puder
Nos primeiros meses, o bebê não tem hora exata para
mamar, embora costume chorar de fome num intervalo de duas horas e meia a
quatro horas. Nesse período, também é o momento de trocar as fraldas.
Isso sem falar no banho diário e outros imprevistos, como aquele parente
distante que ligou para saber as novidades. Resumindo, a jornada é
longa - e contínua. Por isso, um cochilo é bem-vindo a qualquer hora do
dia. Uma boa dica é descansar entre as mamadas, enquanto o bebê dorme. E
não tenha vergonha de restringir o número de visitas, elas entenderão
os argumentos. Lembre-se de que quanto mais relaxada você estiver,
melhor para o bebê. 'A mãe precisa repousar entre as brechas do
sistema', brinca o pediatra Granja de Abreu.
7. Pernas pra que te quero
Ficar trancada em casa não soa nada animador, não é?
Especialmente para quem estava habituada a sair todos os dias para o
trabalho. Assim que o pediatra der o aval, o que costuma ocorrer um mês
após o nascimento, leve o pimpolho para passear. 'Depois do primeiro
mês, o bebê deve tomar sol de manhã', aconselha Granja de Abreu. Os
raios solares são essenciais para a fixação da vitamina D, responsável
pela absorção de cálcio no organismo, e, portanto, fundamental na
formação óssea da criança. Além disso, existe coisa melhor do que
receber elogios e sorrisos por causa do filho? Deleite-se! Quando os
passeios forem mais longos, habitue-se a sair de casa 'carregada'. A
bolsa de passeio do bebê deve conter fraldas descartáveis, lenços
umedecidos, pomada contra assaduras, fralda de boca, babador, uma muda
de roupa (no mínimo), forro para fraldário e, se for o caso, mamadeiras e
chupetas. Tem ainda o carrinho ou o bebê-conforto.
8. Deixe a criança brincar
Parece fácil, mas não é. Muitas vezes, os pais
iniciantes acreditam que o filho é tão frágil quanto porcelana inglesa.
Se pudessem, deixariam o bebê numa bolha anti-séptica, longe de insetos e
sujeira. Acontece que a criança precisa deitar e rolar, literalmente,
no chão para desenvolver suas habilidades cognitivas e motoras. A partir
do momento em que aprende a engatinhar, por volta dos 7 meses, ela quer
conquistar o mundo. Isso significa explorar cada centímetro quadrado da
casa, tocando - e levando à boca - todos os objetos possíveis e
imagináveis que estiverem ao alcance. Com algumas medidas de segurança,
como o uso de travas de porta e gaveta, grades, cantoneiras e protetores
de tomada, a criança está livre para explorar o ambiente sem riscos.
Além disso, mamãe, talvez a 'vitamina S' (de sujeira) não seja tão
importante para a saúde, mas dá um toque especial às brincadeiras.
9. Contenha-se nas compras
Atenção para não levar para casa um acessório que a
vendedora jurou ser 'indispensável' para o seu filho, como aquele
termômetro para medir a temperatura da água do banho. Outros, apesar de
extremamente necessários, podem ser encontrados em modelos mais simples e
baratos. Um bom exemplo é o carrinho do bebê, que, no geral, quanto
menos 'equipado', mais prático - e leve - para carregar. Para abater o
orçamento, você também pode pedir emprestados alguns itens que a criança
usará por poucos meses: moisés, bebê-conforto e roupas, entre outros. E
não precisa sentir vergonha, o hábito é praxe entre as mães.
10. Pais heróis não existem na vida real
Mães infalíveis são um mito do folclore popular. 'Os
pais têm de aceitar as próprias limitações. Errar faz parte', explica a
psicóloga Anna Mehoudar Correia, do Grupo de Apoio à Maternidade e
Paternidade (Gamp). O segredo, além de manter a calma, é observar a
criança com atenção. 'Toda vez que algo der errado, os pais devem mudar
de estratégia até descobrir a que melhor funciona com o filho', afirma a
psicóloga. Se o bebê reclamar de uma determinada posição enquanto
estiver no colo, por exemplo, tente outra. Simples assim.
O que acontece se você não tiver um plano B? Não
precisa ter medo de chorar. É muito comum se sentir incapaz e abrir o
berreiro por coisas banais, como uma fralda que vazou, nos primeiros
dias. 'O choro, que é praticamente inevitável, é um direito da mãe.
Ajuda a aliviar o estresse', diz Anna. E não se preocupe: as crianças
costumam resistir à falta de experiência dos pais de primeira viagem sem
grandes traumas, acredite.
Font: revistacrescer
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